quarta-feira, 7 de maio de 2008

Melancolia.


Levanta-te, tem saudades, sacode a cabeça e os pensamentos. Vai ali escolher qualquer coisa ao guarda-roupa, sei lá, mas despacha-te. Pega na mochila e no caderno que faltou arrumar, passa pela cozinha e trás alguma coisa para comer no carro, já estás atrasada como sempre és a ultima a sair. Chega à escola, dirige-te logo à sala, chegas sempre em cima da hora, mas ainda tens tempo para ouvir a Petra com os ultimos acontecimentos que acontecem na sua vidinha. Senta-te ao pé da Mafalda, diz que estás presente. Faz 'smiles' no caderno, ri-te das parvoíces dos rapazes, e tenta prestar alguma atenção à aula, se não te importas. És salva pela campainha, intervalo, aula, intervalo, aula. Sai morta de educação física, vais desenhar rectas e projecções de sólidos para Geometria Descritiva. Ouve o Luizinho, que estás mesmo à tua frente a falar de tudo e de nada. Campainha toca pela ultima vez neste dia e diriges-te mais uma vez ao carro. Ouves o típico 'Como correu o dia?', respondes qualquer coisa, depende do teu estado de espirito. Chegas a casa, ainda vais à rua porque o Duarte tocou à campainha a perguntar se não queres ir com ele ao shopping porque precisa de ver uma peça qualquer para o skate. De novo em casa, vai arrumar o quarto que parece a feira da ladra. Ou pelo menos era essa a tua intenção quando reparas que está a dar aquela série que tu veneras. Chega o pai e depois a mãe, jantamos todos enquanto se ouvem as ultimas catástrofes do mundo no noticiário. Agora sim, vai estudar. Ou mesmo dormir. És assaltada pelas saudades mais uma vez. É como um velho amigo que se recebe naturalmente pois já estamos habituados à sua presença. Fazem parte de nós.

1 comentário:

marymd disse...

como me sinto tão igual a ti, fogo